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sábado, 4 de agosto de 2012

A MPB de verdade está viva!

Ontem dia 3 de agosto, fui ao show do maravilhoso compositor e cantor Milton Nascimento em São Paulo. 
Adoro as sextas-feiras, acho um dia da semana perfeito para fazer qualquer programa, seja bebericar com os amigos ou ir ao teatro, mas especialmente ontem fui curtir a beleza quase surreal das composições de Bituca que comemorava 50 anos de carreira, um verdadeiro espetáculo de voz e qualidade musical, algo pouco visto na mídia nos últimos anos.
O show patrocinado pela Natura, foi no HSBC Brasil, antigo Tom Brasil, que tem um acústica fantástica, o que fez salientar ainda mais a mágica e doce voz de Milton, próximos de seus 70 anos que serão completados em 26 de outubro. Bituca entrou ao palco ao som de muitos ''eu te amo'', onde interagia com a platéia devolvendo os elogios, recebeu o amigo e também grande compositor Lô Borges e a afinadíssima Sandy, em um evento carregado de emoções que contagiou a platéia que incansavelmente o aplaudia. Em perfeita sintonia com os músicos de sua banda Milton explorava cada nota de suas composições com força e sensibilidade, resgatando a memória do público brasileiro, cantou clássicos como Clube da esquina, Para Lennon e Mcartney e levantou a platéia com Maria Maria. Um dos momentos mais marcantes do show foi quando ele sentou-se e falou de uma música que fez para um amigo, Canção da América, a qual ele nunca deixa de cantar em suas apresentações, e ao contrário do que faz, pediu para que a platéia cantasse para ele. Acompanhadas pela banda as pessoas envolvidas na magia de Bituca assim o fizeram, e enquanto cantavam, ele as ouvia quase que inerte, sensibilizado pela resposta e carinho de seu fiel público. 
Olhando do alto, a casa de shows HSBC Brasil completamente lotada com um público visivelmente em sincronia com o espetáculo, fiquei a me perguntar porque artistas como ele não aparecem com frequência na mídia, porque no Brasil se faz tanta questão de divulgar só o que não agrega nada, o quem não tem cultura, o que não emociona, o que não tem clareza de ideias, o que não faz pensar. Na indisfarçável busca por audiência, a mídia deixa que verdadeiros ícones da música caiam quase no esquecimento, mas em um show de músicos de qualidade fica evidente que a nossa MPB de verdade ainda está viva, e muito viva, pois a cultura do nosso país, aquela quase já esquecida permanece intacta nos ouvidos de quem ainda consegue sobreviver á imposta cultura de massa!

2 comentários:

  1. Grandes nomes da nossa MPB não precisam da mídia para continuarem vivos. Se houve espaço para eles na década de 1970 era pois a sociedade era muito mais excludente do que hoje. Valeu pelo relato.

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    1. Com certeza Gustavo, mas se não divulgarem, muito da população que não conhece essas composições não saberão que um dia existiram...os jovens principalmente. Quando um filho cresce dentro de uma família que curte música de qualidade ele terá memória musical, então ele tem a opção de escolha, mas e quando não cresce???

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